Cachoeira do Indaiá, um refúgio em meio as serras do sertão

No alto das serras que compõem o sertão do Ubatumirim (sítio de pequenos ubás), está a cristalina água da cachoeira do Indaiá (em Tupi, a escrita é Indayá), que denomina uma palmeira muito encontrada em nossa Mata Atlântica. O caminho que leva à rasa corredeira da cachoeira é de fácil acesso, sendo possível chegar à sua margem até mesmo de automóvel e é só seguir sertão adentro. Ao entrar no sertão do Ubatumirim, percorreremos três quilômetros de estrada asfaltada até a conhecida escola. Se seguirmos sempre em frente aproximadamente 1,800 km de uma estrada estreita de barro batido, onde o aconselhável é reduzir a velocidade e prestar a atenção em algumas pedras pelo caminho, descortinaremos uma das mais belas vistas que oferece o sertão entre serras e colinas. Logo após a escola, à esquerda, está o caseiro alambique do Di Lima, um senhor muito simpático que está sempre disposto a receber visitantes. Um pouco mais à frente, à direita, está um galpão onde uma família inteira confecciona canoas sob encomendas. É interessante observar a intimidade que ela tem com toda a natureza e principalmente o carinho com o bicho de estimação, nada comum para o povo da cidade, um porco do mato totalmente domesticado. Se tiver tempo para conhecer os moradores do local que vivem em sua maioria da plantação da mandioca, da qual produzem artesanalmente a farinha de mandioca para vender no comércio local e principalmente na feira aos sábados, realizada na praça Benedito Inácio Pinho, centro do município, vão descobrir senhores de muita idade que nunca conheceram o mar de perto. Alguns só tiveram a oportunidade de ver o mar do alto do sertão, aliás, esta é uma das mais belas paisagens que observamos do caminho quando estamos em busca das águas doces do Indaiá. Ao chegarmos ao local, que parece mais um rio que divide a estrada, paramos o carro e o melhor é fazer uma pequena expedição pelo local, onde tem vários poços, pequenas quedas d’água, árvores de troncos gigantes e a bênção do canto dos pássaros. É esta corredeira que forma as cachoeiras do Figo, Cristóvão, Laje e o Poço do Cedro. Segundo informações de moradores locais, se seguirmos em frente encontraremos propriedades particulares que vivem do cultivo da terra e logo encontraríamos uma trilha que ao percorrê-la durante um dia inteiro sairíamos na vizinha cidade de Paraty.