Misteriosa, Praia da Sununga verte lágrimas

  

Amaldiçoada e fascinante; coqueiros sutilmente instalaram-se ao longo da praia, provocando um ar paradisíaco. Porém, quando tufões se manifestam no coração do oceano, Sununga fica zangada, seu mar toma forma desgovernada formando pirâmides bem ao centro, um espetáculo herdado do ocorrido no passado. Segundo contam os moradores antigos, havia há alguns anos uma moradora da região, com seus 15 anos de idade; jovem, Iracema apaixonou-se por um belo homem, porém misterioso. Este invadia seu quarto todas as noites, sem que as pessoas o vissem. Com o passar dos tempos, sua mãe começou a desconfiar, sua sonolência e olheiras já não resistiam ao dia. Uma noite, o pai ficou de plantão na janela da moça após ouvir murmúrios vindo do quarto. Quando o moço saiu, o pai o seguiu. Para sua surpresa, ele foi em direção da gruta que fica do lado esquerdo da praia, transformando-se em um monstro com cabeça de Dragão e corpo de Serpente!! Desesperado, foi imediatamente em busca do Frei Bartolomeu que estava na região em homenagem ao centenário do Padre José de Anchieta. O frei reuniu-se com toda a comunidade na porta da gruta logo ao amanhecer, expulsando com água benta aquele tão horrível monstro, o qual entrou mar adentro sem nunca mais voltar. Horrível para todos, não para a apaixonada Iracema que abrigou-se no seio da gruta onde até hoje habita seu espírito, que chora todas as vezes que ouve vozes, acreditando ser seu amado retornando para buscá-la. Pobre Iracema, pois quem sempre retorna são os visitantes em busca de suas lágrimas, que acreditam estar fundidas com a água benta deixada pelo frei Bartolomeu. Sununga não se resume só na lenda da "Gruta que Chora". Caiçaras, respeitadores dos elementos em que habitam, deslizam em discos de madeira, praticando para futuros campeonatos (realizados na mesma) o esporte conhecido como Sonrisal; nos quiosques, o exótico sabor de mexilhões e ostras não distraem os olhos atentos dos proprietários que orientam os visitantes dos cuidados com o mar bravio. É o caso de Antônio Correa dos Santos, dono do "Beliscos do Bidico", que especializou-se no curso de voluntários salva-vidas realizado pelo Corpo de Bombeiros, qual recebe material de primeiros-socorros, bóias salva-vidas e atendimento rápido todas as vezes que necessário. Quando a calmaria chega, o espetáculo fica por conta do entardecer: é quando surgem cores que só os anjos sabem pintar, um prazer que só a alma compreende!!

 

As águas bravias da Sununga batem na costeira e voltam, formando pirâmides no meio da praia A Sununga oferece beleza e tranqüilidade aos seus privilegiados espectadores